Pudesse abrir a cabeça, tirar e
colocar o que quisesse. Começaria lá no fundo perto da nuca, que é onde eu acho
que ficam, todos os pesos, que me doem vezenquando, mais a noite quando os
ponho sobre o travesseiro, e no lugar deles colocaria todos os sonhos que tinha
quando criança, e deixaria uma brecha para uma coisa nova, qualquer coisa que
pudesse preencher o espaço e me fizesse bem, que me fizesse voltar a acreditar
em tudo outra vez, como se fosse possível. Eu queria, queria tanto, e é tão
urgente.
Samara Santos
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