Quantas vezes?



Quantas vezes você acreditou que daria certo? Quantas vezes achou que seria diferente? Quantas fantasias terá que construir e demolir até perceber que a vida não é um sonho? Quantas vezes questionou o destino? Quantas vezes voltaram para casa com aquele vazio no peito e aperto na alma? Quantas vezes terá que cair para perceber que a vida é um eterno tombo? Que levantar faz parte? Que chorar faz parte? Que não ter fé nenhuma faz parte? Que inventar uma fé qualquer sobre qualquer coisa também faz parte? Quantas rosas terá que odiar até perceber que todas elas tem espinhos? Quantas vezes terá que pedir a Deus mais paciência e menos desencanto? Quantas vezes sentirá vontade de arrancar o coração fora, jogá-lo longe e pensar que assim é melhor? Que sentimento nenhum é muito melhor? Quantas vezes o medo vai ter mais peso do que um olhar amoroso? Por quantas vidas ainda teremos que viver e quantos ensinamentos ainda teremos que aprender e quantas lágrimas e sorrisos teremos que dar, até que o sono eterno chegue de fato?

Samara Santos 

Voltando a falar de cafés amargos




Queria que você estivesse aqui, pra dividir este café amargo comigo. Veja só, voltei a falar de cafés amargos, isso você sabe, quer dizer que não estou indo muito bem, que tem sempre alguma coisa doendo ou sangrando dentro de mim. Eu queria ter te escrito antes, ter te mandando algumas cartas, ter te chamado pra ir à cafeteria comigo, ter te falado desse sufoco que está sendo, não ter tempo para quase nada, essa barra de não conseguir escrever tudo o que penso e quero, essa crise de amor, tem afetado todo o meu banco sentimental.  

Samara Santos