Eu sabia, de alguma forma eu já sabia, ao caminhar pela praia onde o sol brilhava forte e as ondas vinham beijar meus pés, que aquele mar era perigoso, traiçoeiro, imenso e misterioso, mas era também de uma beleza hipnótica, tinha um certo "quê" de felicidade, tinha gosto forte de vida, gosto salgado de vida suada... E eu queria viver, meu Deus, como eu queria. Ao certo ele me mataria afogada, mas tem coisa mais bonita do quê morrer sabendo que valeu apena, cada mergulho, cada braçada, os momentos que te faltaram o fôlego... Como já dizia meu amigo cazuza, morrer não dói. E digo mais, viver dói, mas se nenhum dia te doesse, a vida não teria graça, não se avança pelo mar sem antes permitir que algumas ondas quebrem em você, com força.
Samara Santos