cafés, madrugadas e biografias



Ultimamente eu me resumo a isto, cafés, madrugadas e biografias. Venho empurrando as horas com os olhos, nunca havia reparado no peso daquele relógio na parede, no quanto aquele prego é forte, sustentando diariamente o peso do tempo. Cogito a hipótese se soltar o cabelo, vestir uma roupa nova, colocar aquele batom vermelho para contrastar com minha face pálida de mulher cansada que acorda as quatro da manhã banhada de pesadelos, e sair para vê aquelas mesmas pessoas, falando daquelas mesmas coisas sobre aquelas outras mesmas pessoas,  mas é uma hipótese muito breve, ainda bem, já não tenho muito saco para as mesmices de todas essas pessoas, e que estou me sentindo bem com meu coque de mulher de meia idade e franja assanhada, com minhas roupas velhas e largas no aconchego do meu lar. E porque falei de batom? Meu Deus, eu nem gosto de batom! O café está no fim, e eu preciso de algo forte para combater essa ansiedade pelas horas que não passam, pelo futuro que não chega, e que calor é esse minha gente? Está um inferno aqui!  Eu bem que poderia trocar ‘’todas-essas-minhas-emoções-fudidas’’ por um ar condicionado e um pouco mais de café.

Samara Santos

Um comentário

  1. Noooooooossa, eu amei MUITO seu texto! Lindíssimo mesmo! Parabéns *-* Tô te seguindo aqui ;D

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