_Para que escreves? por que escreves? para quem escreves?...



As pessoas tem o estranho costume de elaborar as seguintes  perguntas:
_Para que escreves? por que escreves? para quem escreves?...
Porém não os culpo, afinal a curiosidade é um paradigma que constituí os seres vivos.
E sinceramente não vejo mistério algum na minha possível possibilidade de colocar em letras os sentimentos que fazem do meu corpo moradia. Escrever, para a "maioria" é um meio de passa tempo, mas não sou a "maioria"! Faço parte do instigado clã de refugiados, que encontraram na escrita uma espécie de "Porto seguro." 
Quando se tem sede, bebe-se água ou qualquer outro  liquido aniquilador da vontade e necessidade de saciar-se. Nós escrevemos pela mesma necessidade, temos sede de compreensão, de colocar em letras o que não conseguimos com simples falas ou gesticulações faciais falsamente elaboradas, sede de caneta e papel, sede de sentir-se bem ao desabafar em pequenas linhas o que nos sufoca por dentro. Poderíamos chorar, sorrir, abraçar... mas acontece que já nos doamos demais, sangramos demais!
Escrever o que pensamos, ou o que nada temos a pensar sobre algo é uma maneira de mostrar que ainda vivemos, que mesmo escondidos atrás de palavras temos sentimentos e que ainda temos os mais bonitos sonhos e a nossa tão almejada fé inabalável. Ou quase isso! 
Não é apenas pelo fato de que nos sentimos bem ao transcrever sentimentos, acontece que desconhecemos qualquer outra forma de sermos...
lavamos a alma, esfoliamos os sentimentos, um por um, tratamos as feridas que tanto latejam nas noites frias, banhamo-nos de esperança, respiramos fé e inspiramos a mais
instigante e imensurável forma de ser, se não a de nós escritores, a escrita.
Mais se mesmo assim, não entender o próposito do que se é..., lamento! Tú não és um escritor, tu és a "maioria!''

                                                                                Samara Santos

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