Das perdas pelo caminho

Difícil não é olhar na frente do espelho e contemplar o nascimento de mais alguns fios brancos. Não, isso não é difícil. Difícil é lembrar as coisas e pessoas que foram ficando pelo caminho. Recordo com alegria, embora algumas vezes doa. Porque não da pra carregar todo mundo até o fim, sabe. Guardamos no coração e na memória, é claro que guardamos. Só não da pra levar na bagagem, porque sempre tem outras pessoas e outras coisas, e a vida segue. Aos barrancos às vezes. E só nos resta à lembrança e a gratidão pelos amigos que fizemos nessas andanças. Difícil não é perceber as rugas e sardas que insistem em aumentar por todo o rosto. Difícil é manter acesa a memória daqueles que acrescentaram e se doaram, e hoje são quase como desconhecidos. Mas apesar das eventualidades da vida e das pausas pelo caminho, continuo grata a essa gente. Respeito e lembro com carinho. E Mando sempre meus pensamentos mais bonitos.