
É com imenso carinho e saudade
que te escrevo, fazia tempo que já o queria ter feito, mas sabe como é né?
Esses dias corridos para quem trabalha e estuda não são fáceis. Há dias, que
não os vivo, apenas os carrego, como algo que tem que ser feito. Por favor, não
leve a mal nenhuma palavra dura dita aqui, é só que já ando cansada desses dias
fatigados de obrigações, mas acima de tudo e qualquer coisa, principalmente das
olheiras, eu vou bem, mas te confesso que não sabia que pra ser adulta era
preciso também um pouco de desapego, sobretudo de mim mesma. E veja que egoísta
que me tornei, nessas poucas linhas já tomei quase uma garrafa de café, e se eu
fumasse, já teria fumado um maço inteiro também, mas não! Não se preocupe, meu único
vicio ainda continua sendo o de sonhar. E se quer ao menos perguntei como vai, ainda
gosta de vê o por do sol? Gosta de ver o
mar e todas àquelas outras coisas medonhas? Há como sinto tua falta, escreva-me
também qualquer dia desses, já faz tempo que não recebo cartas de ninguém, tudo
culpa dessa geração computadorizada.
Abraços apertados, para a criança
que um dia já fui.
Samara Santos